Uma biografia

A banda MOE! começou suas atividades em 2003, mas pode-se dizer que a história começou um pouco antes disso.

Em 1998, Jorginho e Mancha (vulgo Leonardo) já eram amigos de colégio ainda começando a tocar, respectivamente, bateria e guitarra. Sua estréia se deu numa feira de ciências no colégio Martha Falcão (antro dos rebentos da classe média e da elite, reza a lenda), numa apresentação digna de filmes adolescentes americanos. Não quer dizer necesseriamente que foi boa, mas enfim...

A coisa toda só foi ficar séria mesmo lá pra 2002 quando a banda, já chamada MOE!, tinha nos vocais Maurício e fazia covers de Red Hot Chilli Peppers, Nirvana, P.O.D. e etc. Foi a mesma época que André "Haram" participou de um ensaio e logo foi tragado para compor e fechar a formação, atuando no baixo. Seu jeito natural de atingir uma forte sonoridade foi o fator decisivo pra tê-lo na banda.

Somente em 2003, com a saída de Maurício e a entrada de Marco Moller nos vocais, a banda passou a tocar hardcore e, finalmente, fazer música própria. Nessa época, tudo aconteceu rápido demais.

A banda começou a se comportar como autora a partir de julho desse mesmo 2003, já gravando, em outubro, sua primeira demo:
Apelidado carinhosamente de "Mije Onde Estiver!", cujo set incluía as músicas "Abandonado", "Tudo em Vão", "Sarah Michelle Gellar", etc, a primeira demo tinha uma pegada mais concentrada no punk rock e no HC, tanto na melodia quanto nas letras. É a fase adolescente da banda, quando cantávamos sobre garotas, corações partidos e todo mundo era meio emo antes de emo virar xingamento. Uma fase áurea que durou um ano.

Essa demo fora gravada no Estúdio Garagem, com quem montamos parceria. De início, os caras do garagem gravaram nossas músicas na doida, aliás, a gravação toda foi assim. Ao final de cada música, a gente ia jogar Baseball da Morte, que era basicamente jogar BATS no meio da rua. A parceria, porém, foi se consolidando até o ponto que os donos do estúdio resolveram regravar todo o CD com produção profissional, sem custo nenhum, com ajuda dos nossos amigos de banda da Casulo.

Infelizmente, a conhecida "maldição da MOE!" atacou e o estúdio fechou suas portas.

Em julho de 2004, Marco anuncia sua saída da banda pra prestar faculdade em outro estado, mudando completamente o line up. Dos backing vocals para o vocal principal, Mancha passa a assumir, com Bernard entrando na banda pra tomar o posto de guitarra, vocal e solos. Aí começa a grande mudança da banda.

Neste momento, nossas frustrações aborrescentes passam a cair quando outros temas e outras idéias mais reais passam a surgir em nossas mentes. A adição de Bernard trouxe consigo a bagagem cultural que o rapaz traz do reggae e do ska, estilos que eram apenas lembrados nas músicas antigas da banda, e que agoram passavam a ganhar mais força, com a criação das músicas "Vamo Jogá Bola" (sobre o ato de "fazer rodas") e "Só Deus Sabe".

Depois de muito ensaio e um rápido sumiço, em setembro de 2005 a banda volta a tocar ao vivo no festival de bandas novas proporcionado pelo Coração Blue, ganhando nesse dia o concurso de melhor banda da noite, cujo prêmio consistia em ingressos e cerveja grátis para o festival (não pagos na íntegra, mas esse é mesmo o showbiz).

Sentia-se a necessidade de gravar um CD novo.




Em janeiro de 2006, a banda entra em estúdio para gravar as faixas de bateria de músicas antigas renovadas e músicas novas. A idéia era gravar a bateria em estúdio profissional, e o resto em estúdio amador. Isso surgiu depois de várias tentativas da banda de tentar produzir um material profissional que tivesse o nosso timbre. Infelizmente, não conseguíamos encontrar um a produção de som que captasse a nova fase e resolvemos fazer nós mesmos. A pós-produção desse CD durou quase 6 meses.

Intitulado "Contra Quem?", o cd possui 12 faixas, incluindo um cover em versão ska punk de "Garçom" de Reginaldo Rossi. Estávamos descontentes com nossas limitações físicas (Manaus é uma ilha rodeada por floresta), e os custos para uma banda independente prensar um CD em larga escala fez com que a banda decidisse jogar seu som na internet. O álbum foi disponibilizado em dezembro de 2006 completo na internet, baixado via rapidshare ou p2p.

Claro que estávamos esperando coisas do tipo "inovadores!" ou "gênios", mas tudo que ganhamos foi um comentário que dizia "vocês estão regredindo". Um ano depois, o Radiohead faz o mesmo esquema e ELES são o futuro da música. Vai entender.

Com muito bom humor e amor à música, sobrevivemos 2007 tocando, sempre no esquema "faça você mesmo". Tivemos a oportunidade de tocar com bandas como Planta e Raiz (numa festa privada) e o sonho: abrir um show do Dead Fish.

Ainda mantendo sua formação atual que perdura basicamente por conta da nossa amizade, a banda MOE! agora busca novos caminhos musicais. A partir de 2007 passamos a ganhar residência fixa nos domingos de reggae do bar Aomirante, com muito esforço e luta para chegarmos onde estamos.

O futuro da banda não pode ser previsto, em nossos planos estão novas músicas e uma nova sonoridade sem nunca perder a vontade de tocar, a resposta para o porquê de continuarmos fazendo o que fazemos. Por mais difícil que seja, e acredite: é, enquanto houver dub, reggae, ska e rock, haverá a MOE!

ps.: MOE! pronuncia-se "môu".

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